A Polícia Civil do Piauí apura uma denúncia de estupro registrada por uma advogada de 34 anos, que afirma ter sido violentada após participar de uma festa no Clube dos Subtenentes e Sargentos, localizado no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina. O caso, tratado como estupro de vulnerável, está sob sigilo judicial e, até o momento, nenhum suspeito foi detido.
De acordo com o relato oficial, a vítima, identificada como Sarah Ohana Silva Costa, contou que foi abordada por dois homens em um posto de combustíveis próximo ao clube, onde estava para se alimentar. Convidada para a confraternização, ela aceitou participar do evento e entrou no local ainda durante o dia, sem registro de cobrança de entrada.
Segundo a denúncia, após consumir bebidas oferecidas pelos homens, Sarah começou a se sentir mal por volta das 16h e foi levada a um quarto sob a justificativa de que poderia repousar. A chave do cômodo teria sido entregue por um garçom e por outro homem que acompanhava o grupo.
Ela afirma que adormeceu vestida e, ao acordar, percebeu estar completamente nua, com a porta trancada por dentro. Parte de suas roupas não foi encontrada, e seu celular estava desligado e com a senha alterada. A advogada também declarou ter percebido sinais de violência sexual, tanto vaginal quanto anal, embora estivesse inconsciente no momento dos abusos.
Ao conseguir sair do quarto usando um molho de chaves que encontrou no chão, ela se deparou com os mesmos homens da festa um deles teria dito que “nada havia acontecido”. No entanto, a vítima afirma que reconheceu indícios claros de violação sexual.
Polícia Militar reage a repercussão e nega envolvimento de policiais
Diante da repercussão nas redes sociais e em portais de notícias, a Polícia Militar do Piauí emitiu uma nota pública negando que agentes da corporação estivessem envolvidos no crime. A PM classificou as informações divulgadas inicialmente como “denúncias falsas” e reforçou que a própria vítima teria esclarecido que os suspeitos não são policiais militares.
“A denúncia propagada por alguns meios de comunicação é inverídica. Reafirmamos nosso compromisso com a verdade e com a defesa da dignidade da mulher piauiense”, declarou o comando da corporação.
A nota ainda destaca que a PM está à disposição para colaborar com as investigações e confia que os autores do crime serão identificados e responsabilizados.
Entidade jurídica cobra apuração rigorosa
A Associação dos Advogados e Defensores Públicos Criminalistas do Estado do Piauí (AADPCEPI) também se posicionou oficialmente, prestando solidariedade à vítima e exigindo apuração rigorosa dos fatos. A entidade afirmou que acompanha de perto o caso desde o início e que seus representantes estão prestando suporte jurídico e psicológico à advogada.
“O que aconteceu com nossa colega é um atentado à dignidade humana e um reflexo da violência estrutural que atinge mulheres diariamente. Não vamos descansar enquanto os culpados não forem levados à Justiça”, disse a associação em nota.
A advogada passou por exames médicos solicitados pela equipe da Central de Flagrantes, incluindo coleta de material genético, exame toxicológico e protocolo de prevenção a ISTs. Ela também relatou, em publicação nas redes sociais, que após o crime notou movimentações suspeitas em seu cartão de crédito, indicando possíveis compras feitas pelos autores.
“A dor psicológica de uma mulher que sofre esse tipo de violência é ainda mais profunda do que a agressão física em si”, escreveu.
A investigação continua em andamento sob responsabilidade da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher. A polícia analisa imagens, escuta testemunhas e aguarda os laudos periciais para dar continuidade às diligências.
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