Quinta, 17 de julho de 2025, 04:28
TERESINA-PI

Tablet e celular são encontrados na cela da vereadora Tatiana Medeiros no QCG

Procurada pelo Central Piauí, a defesa da parlamentar ainda não se manifestou sobre os novos fatos.

A Polícia Militar do Piauí encontrou um tablet e um celular escondidos na cela da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), durante uma vistoria realizada nesta terça-feira (20), no Quartel do Comando Geral da PM (QCG), localizado no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina.

Segundo a corporação, os aparelhos foram localizados durante uma inspeção de rotina e estavam em um compartimento dentro da própria cela. A Polícia Militar instaurou um Processo Administrativo para apurar como os dispositivos foram levados para o local e quem teria facilitado a entrada dos eletrônicos. As informações também serão encaminhadas aos órgãos competentes.

Tatiana Medeiros está presa no QCG desde o dia 3 de abril, por decisão da Justiça Eleitoral do Piauí, após ser alvo da segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, da Polícia Federal. Por ter prerrogativas como advogada, a vereadora cumpre prisão no quartel da PM, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI).

De acordo com a apuração, a parlamentar vinha realizando consultas médicas online após relatar crises de ansiedade. O uso de tablet nesses casos é permitido, mas deve ocorrer com autorização prévia, em data e horário definidos, e o equipamento deve ser retirado da cela logo após o atendimento — o que não teria ocorrido.

Prisão e investigações

Tatiana Medeiros foi presa em um condomínio na Zona Leste de Teresina. Além da prisão preventiva, a Justiça determinou seu afastamento do cargo de vereadora na Câmara Municipal da capital.

Segundo a Polícia Federal, há indícios de que a campanha eleitoral de Tatiana em 2024 tenha sido financiada com recursos ilícitos supostamente ligados a uma facção criminosa com atuação no estado. Também teriam sido identificados desvios de verbas públicas por meio de uma organização não governamental.

“A investigação, iniciada após a divulgação dos resultados das Eleições 2024, identificou elementos que apontaram vínculo entre a candidata eleita ao cargo de vereadora na capital piauiense e expoente de facção criminosa violenta com grande atuação no estado”, informou a PF em nota.

A Justiça Eleitoral já negou dois pedidos de soltura apresentados pela defesa da vereadora. Os advogados acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o caso está sob relatoria do ministro Nunes Marques, que deve decidir se Tatiana Medeiros permanecerá presa ou poderá responder em liberdade.

Procurada pelo Central Piauí, a defesa da parlamentar ainda não se manifestou sobre os novos fatos.

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