Com a conclusão da fase estrutural, o Porto Piauí, localizado no município de Luís Correia, está previsto para entrar em operação ainda em 2025. O projeto, que contou com investimento público de R$ 200 milhões nos últimos dois anos, deverá impulsionar o desenvolvimento logístico do Estado, gerar milhares de empregos diretos e indiretos e atrair aportes da iniciativa privada estimados em R$ 2 bilhões.

  

Porto Piaui Foto: Reprodução.

   

A primeira fase incluiu obras civis, dragagem do canal de acesso, implantação de pátios de estocagem e construção da nova sede administrativa. A estrutura está pronta para receber operações portuárias e viabilizar o início do escoamento de cargas.

De acordo com Raimundo Dias, presidente da Companhia Porto Piauí, a expectativa é de um impacto imediato na economia estadual. “Os piauienses vão sentir o retorno rápido: mais empregos, ICMS que fica no Estado e um litoral preparado para ser polo logístico de todo o Nordeste”, afirmou.

Geração de empregos

A construção do cais e dos armazéns já garantiu 200 postos de trabalho diretos. Com a chegada dos primeiros navios, a estimativa é que esse número chegue a 600 empregos fixos. O efeito multiplicador, segundo metodologia do IBGE, pode resultar em cerca de 1.800 empregos indiretos nas áreas de transporte, armazenagem, oficinas, hospedagem e alimentação.

Um estudo da Fecomércio-PI projeta que o novo fluxo de trabalhadores, técnicos e tripulações poderá injetar aproximadamente R$ 80 milhões anuais na economia regional, especialmente nos municípios de Luís Correia e Parnaíba.

Investimentos futuros

Para a segunda etapa do projeto, o Governo do Piauí já reservou mais R$ 400 milhões entre 2025 e 2026, elevando o aporte público total a R$ 600 milhões. A estrutura deve atrair investimentos privados em terminais de fertilizantes, grãos, combustíveis e pescados.

Estudos técnicos indicam que, para cada real aplicado em infraestrutura portuária, entre R$ 3 e R$ 4 são gerados na economia. No caso do Porto Piauí, a previsão é de incremento de até R$ 4 bilhões anuais ao Produto Interno Bruto (PIB) estadual quando os quatro terminais estiverem operando em plena capacidade.

Logística estratégica

Com a operação do porto, o Piauí passa a contar com um canal direto de exportação e importação, encurtando distâncias entre os produtores locais e os grandes centros consumidores internacionais. A movimentação de cargas em solo piauiense também representa ganho em arrecadação, com ICMS sendo recolhido dentro do Estado.

A proposta é transformar Luís Correia em referência logística do Nordeste, conectando o Piauí às principais rotas do comércio global. A expectativa é que o porto funcione como nova porta de entrada e saída das riquezas do Estado, consolidando o litoral piauiense como vetor estratégico de desenvolvimento econômico.