Trinta trabalhadores naturais do Piauí foram resgatados em situação análoga à escravidão na zona rural de Gentio do Ouro, na Bahia. A ação foi coordenada pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União. No total, 57 pessoas foram libertadas nos municípios baianos de Gentio do Ouro e Várzea Nova.

Segundo o procurador do Trabalho Edno Moura, este foi o primeiro caso de resgate de piauienses em 2025 na atividade da carnaúba. Ele destacou que, embora o Piauí tenha avançado no enfrentamento ao trabalho escravo, trabalhadores do estado continuam sendo aliciados para atuar em más condições em outros locais do país. As vítimas viviam em alojamentos improvisados, sem banheiro, estrutura sanitária ou local adequado para se alimentar.

Os trabalhadores relatam que dormiam em locais superlotados e se alimentavam ao ar livre, sentados em pedras ou troncos. A comida era feita em condições insalubres e sem qualquer proteção. A situação foi classificada como degradante, caracterizando crime de redução à condição análoga à de escravo, conforme o Código Penal.

O empregador responsável pelo grupo, também do Piauí, foi identificado, mas se recusou a pagar as verbas rescisórias e indenizações. O MPT informou que entrará com ações judiciais para garantir os direitos das vítimas e que o caso também poderá gerar consequências criminais. As denúncias podem ser feitas pelo site www.prt22.mpt.mp.br ou pelo WhatsApp (86) 99544-7488.