Enquanto o Governo do Piauí realiza com festa a 2ª edição do Seduckathon, um contrato milionário firmado pela Secretaria de Educação do Estado (SEDUC-PI) com a empresa Tron Robótica Educativa, da qual o humorista Whindersson Nunes é sócio, permanece sob investigação silenciosa no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI).
O contrato, assinado em agosto de 2024 por inexigibilidade de licitação, totaliza R$ 4.999.920,00 e tem como objeto a implantação de um programa de robótica, inteligência artificial e formação de professores em escolas públicas do Piauí. No entanto, o Ministério Público de Contas (MPC-PI) apontou que a própria SEDUC reconheceu, em seu Estudo Técnico Preliminar, a existência de outras empresas qualificadas para o serviço, o que anularia a justificativa para contratação direta.
“O próprio Estudo Técnico Preliminar elaborado pela SEDUC reconhece a existência de outras empresas qualificadas para prestar o mesmo serviço, evidenciando que havia possibilidade de concorrência”, destacou o procurador Márcio André Madeira de Vasconcelos no pedido enviado ao TCE-PI.
Investigação travada há 5 meses
O pedido do MPC-PI foi acolhido em despacho oficial do conselheiro Kléber Dantas Eulálio. No entanto, o que seria o primeiro passo para a abertura de um processo formal, a análise técnica na Divisão de Fiscalização de Licitações e Contratações segue parado desde fevereiro deste ano. Já se passaram cinco meses sem qualquer movimentação processual, nem por parte da SEDUC, nem pelo relator.
Na prática, o caso ainda não se tornou um processo formal no TCE-PI, apesar dos indícios apontados pelo órgão e do contrato ainda estar em vigor.
Tron também aparece no Seduckathon
Embora não tenha uma relação direta entre o contrato e o Seduckathon, a empresa Tron Robótica aparece como parceira e palestrante do evento, atuando na programação com oficinas e conteúdo voltado à tecnologia.
O que dizem os envolvidos
A SEDUC, por meio de nota, informou que não recebeu notificação oficial sobre o caso e que “todos os procedimentos de contratação seguem à risca a legislação vigente”. A empresa Tron Robótica e a assessoria de Whindersson Nunes não responderam aos contatos feitos pela reportagem até a publicação desta matéria.
Contrato
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