O prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel (PP), descartou qualquer possibilidade de reaproximação política com a deputada estadual Gracinha Mão Santa (PP), ex-aliada e filha do ex-prefeito Mão Santa. Em entrevista exclusiva ao Central Piauí, o gestor afirmou que, embora nunca tenha sido desrespeitado diretamente por Mão Santa ou pela ex-secretária Adalgisa Moraes Souza, a relação com a parlamentar chegou a um ponto de ruptura irreversível.

“O que fizeram comigo não se faz nem com o pior inimigo”, desabafou o prefeito.

Segundo Francisco Emanuel, a crise com Gracinha começou nos primeiros meses da atual gestão, quando ele passou a tomar decisões administrativas de forma mais autônoma e foi pressionado a ceder espaço e controle da prefeitura.

“Cheguei com espírito de grupo, sem tirar ninguém, querendo trabalhar em conjunto. Mas quando comecei a agir como prefeito de fato, desagradei. Vi que o objetivo do grupo era outro. Queriam assumir o controle de tudo e me isolar”, afirmou.

O prefeito citou o episódio do carnaval como um exemplo da tentativa de protagonismo por parte da deputada, quando carros de som divulgavam o nome de Gracinha como responsável pela festa pública.

“A população viu e começou a cobrar de mim: ‘Tome as rédeas, você é o prefeito’. A festa era da prefeitura, do povo, não de uma pessoa”, comentou.

Apesar de descartar qualquer nova aliança com Gracinha Mão Santa, Francisco Emanuel afirmou que a gestão está aberta a receber emendas e recursos de todos os parlamentares, inclusive dela.

“Quem quiser colaborar com a prefeitura está de portas abertas. Nunca proibi deputado nenhum de colocar recursos em Parnaíba. Agora, aliança política com ela, não. Já passei por essa experiência e não pretendo repetir.”

O prefeito afirmou ainda que sua decisão foi motivada pela falta de reciprocidade no início da gestão:

“Abri mão de tudo para manter um grupo unido. Permaneci com as mesmas pessoas no gabinete, com espírito de família. Mas não encontrei uma via de mão dupla. A forma como fui tratado ali não desejo a ninguém.”